Geologia e Urbanismo numa Conversa Fora da Caixa

Publicado por Joaquim Forte

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Geodiversidade e Organização Urbanística: onde se cruzam estes dois caminhos? Quais os obstáculos que encontram e como podem caminhar paralelamente? Estas foram algumas das questões focadas no quarto encontro do ciclo Conversas Fora da Caixa, organizado pelo Curtir Ciência, que decorreu no dia 6 de outubro, no Salão Nobre da Sociedade Martins Sarmento.

Qual é a percentagem de elementos de origem geológica presentes nos telemóveis? Vinte, 30 por cento? Na verdade, é de 100 por cento. Tudo o que o telemóvel tem resulta de elementos geológicos. Acontece o mesmo com a maior parte dos objetos de uso quotidiano. É por isso, como lembrou Paulo Pereira, investigador da UMinho, na Conversa Fora da Caixa organizada pelo Curtir Ciência para assinalar o Dia Internacional da Geodiversidade (6 de outubro), que alguns recursos podem ser extintos se não forem protegidos. E porque não são renováveis numa escala de tempo humano.

A dependência dos recursos geológicos para satisfação das necessidades humanas é cada vez mais complexa: há 200 anos eramos mil milhões, agora somos oito mil milhões. Qual a capacidade de carga da Terra? Há quem defenda que já foi ultrapassada. Outros dizem que não, que é possível prolongar essa capacidade. Mas isso implica parcimónia na utilização dos recursos; mudança radical das práticas extrativas; diversificar os recursos e fontes de energia. Outra opção, como lembrou o investigador perante dezenas de alunos, será o recurso à exploração espacial.

Nesta mesma Conversa Fora da Caixa, moderada por Francisca Silva, do Curtir Ciência, o arquiteto Ricardo Rodrigues, diretor da Divisão do Centro Histórico no Município de Guimarães, focou algumas questões relacionadas com a organização urbana que provoca mutações na paisagem. E nos costumes. Como lembrou o arquiteto, há menos de meio século não havia saneamento básico no Centro Histórico; era um carro de bois que fazia a recolha dos resíduos domésticos. Agora, e desde 2001, esta zona da cidade ostenta o galardão de Património Cultural da Humanidade. 

Vídeo da conversa:

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